A origem das várias raças de canários é mais ou menos conhecida. Sendo o canário selvagem oriundo das ilhas Canárias, espanholas, Madeira e Açores, portuguesas, é estranho que existam algumas variedades de canários ingleses, espanhóis, franceses, italianos, belgas, suíças, alemãs e mesmo japonesas e americanas, e não tenha surgido, ao longo de séculos, uma raça portuguesa de canários.
Desde criança Armando Moreno frequentou feiras de venda de pássaros e poude observar como os criadores portugueses se mantinham fieis ao canário rústico, variegado, em que o lipocromo e o melânico se fundem, muito antes de as organizações internacionais estabeleceram a rígida divisão entre melânicos e lipocromos que é, naturalmente, uma divisão artificial, embora lógica e aceitável.
As aves variegadas eram de dois tipos: ou amarelo e verde ou cinza e branco. Nos últimos 15 anos tem observado o aparecimento nessas feiras de aves portadoras de uma mistura do cinza com o laranja, o bronze, o branco, o amarelo, aves de uma grande beleza e estrutura de corpo, viveza de expressão e alegria de canto, além de uma rusticidade elevada. Decidiu, por isso, cultivar este tipo de canários. O exame cuidadoso permitiu-lhe observar a existência, além destas cores, do castanho do dorso, que não toma a cor de fundo laranja, e os bastonetes negros. Assim, estes animais possuem um total de 6 cores.
GENERALIDADES O canário Arlequim Português é, essencialmente, um canário de desenho, polícromo, vivo, rústico, alegre, que mantém a tradição da variedade de desenho, que existiu sempre nos ancestrais criados pelos passarinheiros. As exigências dos concursos e o desejo de dar origem a raças sofisticadas, quer no porte, quer no canto, quer na cor, conduziu ao desaparecimento do canário vivo e alegre que se criava entre os amantes do animal em si e que cativava as pessoas em geral que desejavam apenas ter em sua casa um canário para cantar.
Muitos dos animais altamente classificados dos dias de hoje são pássaros tristes, deformados, diríamos quase estropiados, quando não votados ao enclausuramento em gaiolas minúsculas, vivendo no escuro, o que conduz ao canto dito suave que, na verdade, mais parece um canto triste. Em reacção a esta situação, os criadores espanhóis seleccionaram o Timbrado, de canto vibrante, mas não atenderam, neste canário, à plumagem.
É curioso observar como algumas raças de canários deixam transparecer de modo significativo o carácter das populações que os criaram: O Frizado Parisiense parece conter em si uma bailarina de Can-Can. Por sua vez o Yorkshire representa a distinção do lord inglês. Ao alemão assemelha-se o canário do Harz, resultado de uma disciplina rigorosa, assumida em escolas alinhadas, como os elementos de um exército. O Timbrado reflecte o folclore espanhol, com as suas castanholas.
Em Portugal, mercê das características da população, rústica, avêssa a racismos e, ao contrário, mais dada a fusão das raças, criou-se um canário de cores múltiplas, vivo, alegre. É o Canário Arlequim Português.
Deve notar-se que esta raça permite uma variedade de desenhos que tornam a sua criação fascinante pelo imprevisto e impede a monotonia que outras raças de cor imprimem às exposições onde são apresentadas centenas de aves todas iguais, com pequenas diferenças, só reconhecíveis por especialistas.
O Canário Arlequim Português no 49º Campeonato Mundial de Ornitologia
Embora o canário Arlequim Português tenha passado há muito as nossas fronteiras, chegou, finalmente, a hora da sua apresentação oficial a nível internacional. Nunca Portugal atingiu um nível tão elevado: o Campeonato Mundial representa, a nível desportivo, as nossas olimpíadas. É certo que só depois de termos ultrapassado as grandes provas que se aproximam, é que poderemos atingir o podium. Tal como no desporto, é altura de os portugueses se unirem em volta da representação nacional, esquecendo as pequenas lutas que podem ter sido benéficas até esta altura. Como num campeonato nacional de qualquer modalidade, é a luta que tempera os jogadores para se prepararem para competirem internacionalmente. Mas daqui em diante, atirar pedras é crime de lesa pátria. Quer se queira, quer não, a raça está criada, a sua representação no Campeonato Mundial é a expressão final de muito trabalho, de capacidade de selecção, de conhecimentos técnicos, de coragem e até teimosia.
Não pode haver quem, de boa fé, não se regozige com esta representação das cores portuguesas. O canário Arlequim Português não é apenas uma raça seleccionada, mas a forma moderna do canário que, importado pelos portugueses para a Europa, foi aqui criado ao longo de séculos, exibido nas feiras por criadores anónimos que mantiveram as aves num período em que nada se sabia de nutrição, higiene, luta contra a doença. Criaram, por isso, uma estirpe de aves sadia e forte. Esses criadores anónimos merecem o nosso respeito e que lhes seja dedicada esta raça agora seleccionada. Estamos certos que, para além das três centenas de criadores que já aderiram , e dos muitos estrangeiros que solicitaram casais reprodutores, muitos dos amantes portugueses de canários de raças estrangeiras vão aderir, pondo de parte a ideia negativa, generalizada, de que o que é estrangeiro é que é bom.
A exibição do Arlequim Português no Campeonato Nacional de 2000 foi um êxito. Criadores e simples amantes das aves desfilaram em frente das gaiolas de exposição, admirando as suas cores variadas, a par da vivacidade e alegria destes pássaros, tradutoras do seu estado de saúde e vigor. A maioria das aves foi classificada pelos juizes nacionais com pontuações elevadas, a confirmar o equilíbrio do standard. É, por isso, com redobrado entusiasmo que os seus criadores, filiados no Clube Arlequim Português, vão apresentar esta raça portuguesa no 49º Campeonato do Mundo.
Daniel Gonçalves
(Presidente do Clube do Canário Arlequim Português)
Generalidades do Arlequim Português
O canário Arlequim Português é, essencialmente, um canário de desenho, polícromo, vivo, rústico, alegre, que mantém a tradição da variedade de desenho, que existiu sempre nos ancestrais criados pelos passarinheiros. No caso de vir a ser aprovado pela COM creio que deverá ser incluído numa secção próxima do Lizard, mas a decisão final terá de ser do Clube de Juizes.
As exigências dos concursos e o desejo de dar origem a raças sofisticadas, quer no porte, quer no canto, quer na cor, conduziu ao desaparecimento do canário vivo e alegre que se criava entre os amantes do animal em si e que cativava as pessoas em geral que desejavam apenas ter em sua casa um canário para cantar.
Muitos dos animais altamente classificados dos dias de hoje são pássaros tristes, deformados, diríamos quase estropiados, quando não votados ao enclausuramento em gaiolas minúsculas, vivendo no escuro, o que conduz ao canto dito suave que, na verdade, mais parece um canto triste. Em reacção a esta situação, os criadores espanhóis seleccionaram o Timbrado, de canto vibrante, mas não atenderam, neste canário, à plumagem.
É curioso observar como algumas raças de canários deixam transparecer de modo significativo o carácter das populações que os criaram: O Frizado Parisiense parece conter em si uma bailarina de Can-Can. Por sua vez o Yorkshire representa a distinção do lord inglês. Ao alemão assemelha-se o canário do Harz, resultado de uma disciplina rigorosa, assumida em escolas alinhadas, como os elementos de um exército. O Timbrado reflecte o folclore espanhol, com as suas castanholas.
Em Portugal, mercê das características da população, rústica, avêssa a racismos e, ao contrário, mais dada a fusão das raças, criou-se um canário de cores múltiplas, vivo, alegre. É o Canário Arlequim Portugês.
Deve notar-se que esta raça permite uma variedade de desenhos que tornam a sua criação fascinante pelo imprevisto e impede a monotonia que outras raças de cor imprimem às exposições onde são apresentadas centenas de aves todas iguais, com pequenas diferenças, só reconhecíveis por especialistas.
Daniel Gonçalves
O Arlequim - Canário de Forma e Postura
A divisão das raças de canários em canários de cor, de canto e de forma e postura é puramente artificial. Não são apenas os chamados canários de canto que cantam, não são apenas os de cor que têm cor e não são apenas os de forma e postura que se comportam de uma dada maneira no poleiro.
Trata-se, por isso, de uma divisão que serve os interesses da Ornitofilia mas está longe de corresponder a bases científicas.
Este facto vai ainda mais longe visto que, dentro dos canários de cor a divisão entre lipocrómicos e melânicos é também artificial e sem base científica: o próprio canário selvagem possui pigmentos melânicos e pigmentos lipocrómicos.
Seja como for, o certo é que, a nível mundial, quem fala em canários de posição e postura é entendido entre os criadores e quem fala em canários de cor ou de canto também. Isto porque das várias raças de canários de canto exige-se que tenham uma maneira específica de cantar e que os de cor possuam determinadas características.
Deste modo, o canário de forma e postura prevê que a sua forma é específica e que a sua posição no poleiro é também especial.
O problema da forma exige estudos importantes, visto que nada se sabe da relação entre as várias partes do corpo das aves. Na natureza existem aves de pescoço longo e de pescoço curto, como aves de corpo largo e de corpo delgado. Não acontece o mesmo nas canários, visto que, de um modo geral, as aves de corpo largo possuem cabeça e pescoço largo, enquanto os canários alongados possuem cabeça estreita e pescoço longo. Deixaremos este tema para outros artigos e centremo-nos no problema das postura.
O modo como o canário se equilibra no poleiro coloca problemas tão profundos que não será possível expô-los num só artigo. As variáveis são tantas que temos de eliminar algumas para colocarmos o problema de modo adequado. Por tal motivo, procurei a colaboração de um engenheiro biólogo. A grande questão é a seguinte: o que faz com que uma ave se coloque mais vertical ou mais horizontal no poleiro? Todos sabemos que o periquito australiano se mantém quase vertical no poleiro e que o canário do Harz canta quase em posição horizontal. Como dissemos, muitas variáveis se encontram em conflito: esqueleto, músculos, formato do corpo da ave, entre outros. Existe ainda um elemento importante a tomar em linha de conta: o hábito ou o treino. Na verdade, enquanto os criadores de canários de postura mais vertical, como è o caso do Yorkshire treinam as aves colocando cartões em volta da gaiola para que a ave se estique para espreitar para fora, os criadores de canários de Harz colocam cartões no tecto da gaiola para a ave se colocar o mais horizontal possível, com a intenção de emitir notas graves, as mais apreciadas.
O estudo da posição dos canários no poleiro passa pela observação de vários factores e pode ser feita através de algumas vias. Assim, pode promover-se o estudo através do esqueleto das diferentes raças, observar a posição de outras aves na Natureza ou, mais sofisticado, estudar o modelo no computador. Para o primeiro estudo montamos esqueletos de Yorkshires e de canários de cor a fim der estudarmos a sua posição no poleiro.
A fim de estabelecermos um programa de computador, promovendo a realização de um modelo biológico, simplificamos, numa primeira abordagem do estudo da posição dos canários, as várias e focalizamos a atenção no esqueleto. Sabemos que as aves da canela alta têm tendência para a verticalização. Façamos uma breve revisão anatómica:
O esqueleto do membro inferior do canário e das aves em geral não é constituído como o dos mamíferos. O que parece ser a perna (que aparece desplumada) é ainda parte do pé; os dois primeiros ossos do pé estão fundidos num osso único a que se chama canela.
Assim, nas aves como o canário, existem 3 dedos anteriores e 1 posterior; segue-se a canela, depois a perna, depois a coxa que se articula nos ossos da bacia. Deste modo, temos a considerar um ângulo entre os dedos e a canela, outro entre a canela e a perna, outro entre a perna e a coxa e, por fim, a articulação entre a coxa e o corpo. Todo este complexo interfere na posição da ave quer pelos ângulos formados. Quer pelo comprimento dos segmentos.
De todos estes elementos, o que se afigura de estudo mais importante é o comprimento da canela que, como se sabe, varia segundo as raças. Assim, o modelo que estudamos conta com duas variantes: o comprimento da canela e formato do corpo.
Este estudo, que parece muito teórico, é de grande importância para a afirmação da forma e posição da várias raças de canários e o Arlequim é, sem dúvida, uma ave ideal para este estudo, visto que se deseja que seja uma ave de canela alta e corpo erecto, mais de acordo com os antigos canários criados pelos portugueses. Esta forma, associada à poupa dá à ave uma sobranceria e vivacidade inigualáveis. Enquanto são feitos estes estudos, o que podemos aconselhar aos criadores é que seleccionem aves de canela alta o que, sem constituir uma garantia de bons exemplares fornece já um elemento importante para a as criações futuras. A seu tempo, a revista Arlequim fornecerá elementos sobre estas experiências.
Armando Moreno
Desde a postura até á separação dos pais
Postura As fêmeas colocam entre 3 a 5 ovos em cada postura, sendo o normal colocar 4. A fêmea coloca um ovo por dia e este é colocado de manhã bem cedo, por volta das 7h. Para garantir igualdade a todas as crias, e por conseguinte mais uma taxa de sucesso maior, é recomendável substituir os ovos verdadeiros por ovos de plástico à medida que a fêmea os coloca no ninho. Quando vir que a fêmea deixou de pôr (o último ovo é facilmente identificável pois é mais pequeno e de uma cor diferente dos restantes) deve efectuar novamente uma substituição: desta vez retira os ovos de plástico e coloca os verdadeiros. Assim a fêmea começa a chocar todos os ovos ao mesmo tempo o que evita que as crias nasçam com dias de diferença o que era prejudicial à última cria pois os irmãos já seriam maiores e esta dificilmente comeria. Incubação A incubação nos canário demora normalmente 13 dias, podendo chegar aos 15. Durante este período a fêmea aumenta a sua temperatura corporal, esta febre dura 18 a 20 dias. A fêmea quase não sai do ninho, nem para comer pois o macho encarrega-se de a alimentar no ninho. Ao 7º dia de incubação deve-se verificar se os ovos estão “cheios” ou seja, férteis. Para isso pega-se cuidadosamente no ovo e coloca-se diante de uma luz (candeeiro por exemplo). Para evitar mexer nos ovos para não os partir, pode adquirir uma lanterna pequena, do tamanho de uma caneta e com os ovos no ninho basta apontar e facilmente vê o interior dos ovos. Se não conseguir ver através do ovo é porque este está galado, conseguindo-se ver algumas veias do embrião. No dia seguinte a parte escura que se observa no ovo já estará maior. Se por outro lado conseguir ver a luz é porque o ovo não está galado. É aconselhável fazer este procedimento até ao 9º dia, depois o embrião já se encontra em fase adiantada (faltam menos de 3 dias para nascer). Nascimento Depois de 13 dias (ou 15) dá-se a eclosão, nascem as crias. A mãe pode comer a casca do ovo para limpar o ninho e para repor o cálcio gasto para “fabricar” esse mesmo ovo. Os recém-nascidos não precisam de ser alimentados pelos pais nas primeiras horas de vida pois enquanto estavam dentro do ovo comeram o saco vitelino. Crescimento Se verificar que os pais não estão a alimentar convenientemente as crias deve dar-lhes papa à “palitada”. O crescimento das crias é muito rápido, ao fim de 20 dias têm quase o tamanho dos pais mas apresentam a cauda ainda curta.Os olhos permanecem fechados até ao 5º/6º dia de vida. Ao 7º dia anilham-se as crias. É recomendável cortar um bocado de penso e colar à volta da anilha. Desta forma a anilha fica mais camuflada e há menos probabilidade da mãe tentar tirar a anilha das crias e atira-las fora do ninho.Entre o 18º e o 20º dia as crias saem do ninho. A partir do 24º dia é recomendável separar os pais das crias através do separador uma vez que os pais começam a pensar noutra postura. Estando com o separador os pais continuam a alimentar os filhotes e evita-se que sejam arrancadas as penas para construir um novo ninho. Deve-se fornecer material para a construção de um novo ninho. A partir do 30º dia as crias já se alimentam sozinhas, no entanto só se devem afastar dos pais ao fim de mais alguns dias para garantir que realmente estão a comer sozinhos. Nesta altura deve haver sempre comida mole à disposição (papa, sêmola de trigo, maçã…). Separação dos pais Como foi dito, em regra geral as criam começam a comer sozinhas ao fim de 30 dias de vida. Podemos ver se nos comedouros há cascas de sementes, sinal de que estão a comer por si próprios. Ao separar as crias dos pais é recomendável coloca-las numa gaiola um pouco maior e onde a idade das aves seja sensivelmente a mesma (mais ou menos 15 dias de diferença). Se se colocam directamente na voadora elas vão ter dificuldade em evoluírem em condições pois é um espaço muito grande e elas ainda não voam, apenas saltam de poleiro para poleiro e, o pior de tudo é que há crias já mais desenvolvidas que não lhes vão dar tréguas, ora picam-nas ora não as deixam comer/beber. Por isso deve-se colocar numa gaiola intermédia para crescerem, amadurecerem e estarem mais aptas a defender-se. Artigo: Ivo Leite
Vitaminas essenciais para os canários
Vitamina A ou retinol Tem um papel importante no que respeita à visão, crescimento, desenvolvimento do osso, assim como no fortalecimento do sistema imunológico. Podemos encontrá-la em alimentos como os espinafres, cebola, legumes de folha verde, abóbora, batata-doce, meloa, salsa, cenoura, pimento vermelho e manga. A sua deficiência pode provocar visão deficiente, secura generalizada das mucosas, stresse, aumento de infecções e redução do olfacto e paladar. Vitamina B1 ou tiamina Tem como função principal transformar os hidratos de carbono e as gorduras em energia. É importante para o bom funcionamento do sistema nervoso, músculos e coração.Alimentos como ervilha, pão, cereais, arroz integral, feijão, frutos secos, leguminosas e batatas apresentam grande oferta dessa vitamina. Problemas relacionados com fadiga, nervosismo, perda de apetite/energia/sensibilidade, fraqueza muscular encontram-se na origem de carências desta vitamina. Vitamina B2 ou riboflavina Actua na boa saúde dos tecidos celulares, é também essencial para a libertação da energia contida nos alimentos. Importante para a saúde dos olhos. Para evitar problemas como a depressão, grande sensibilidade à luz e algumas formas de anemia convém alimentarem-se de arroz, aveia, ervilhas, todas as couves e cereais. Vitamina B3 ou PP (niacina) É uma vitamina que desempenha uma função importante no metabolismo energético através dos quais o organismo extrai dos alimentos a energia necessária ao seu funcionamento. Facilita a circulação do sangue e a respiração celular.Encontra-se sobretudo em alimentos ricos em proteínas, nas batatas, ervilhas e nos alperces secos. Vitamina B5 ou ácido pantoténico Tem um papel importante no metabolismo dos hidratos de carbono, proteínas e gorduras e é por isso importante na manutenção e reparação de todas as células e tecidos.Encontra-se presente em quase todos os alimentos, de forma que não se conhecem formas carênciaMas vegetais, legumes e cereais de grão inteiro são provavelmente as fontes mais comuns. Vitamina B6 ou piridoxina Desempenha uma função importante no metabolismo das proteínas e na formação dos glóbulos vermelhos. As carências desta vitamina manifestam-se com sintomas como perda do apetite, modificações das mucosas, atraso no crescimento, problemas musculares.Encontra-se nos cereais integrais, no feijão, na banana e no fermento. Vitamina B9 ou ácido fólico É essencial para o crescimento correcto e para o funcionamento óptimo do sistema nervoso e dos ossos. As perturbações causadas por esta vitamina são anemia, malformação dos glóbulos vermelhos. As necessidades desta vitamina aumentam significativamente durante a postura.Pode encontrar-se no gérmen de trigo, na soja, nas sementes de linhaça e nas hortaliças. Vitamina B12 ou cianocobalamina É essencial para o crescimento, para a divisão celular e coagulação do sangue. A sua deficiência é causadora de anemia, alterações neurológicas graves e fadiga.Vitamina CÉ conhecida por combater as gripes, favorecer a formação dos ossos , e também contribuir para absorção do ferro e acelerar o processo de cicatrização. As frutas cítricas são a sua principal fonte, mas também é possível encontrá-la no morango, kiwi, couve-de-bruxelas, batata, caju, pimento e goiaba. A deficiência de vitamina C pode causar fadiga, perda de apetite, e uma cicatrização lenta. Em casos mais graves pode dar origem , entre outros sintomas, enfraquecimento dos ossos. Vitamina D Tem como função promover a adequada absorção do cálcio e fósforo e favorecer o crescimento. A deficiência deste nutriente provoca fraqueza e tensão muscular. Vitamina EÉ conhecida pela sua acção benéfica relativamente ao sistema reprodutor, assim como pelo bom funcionamento do tecido muscular e um aumento da resistência às infecções. Os cereais constituem a sua fonte, mas também pode ser encontrada na noz, avelã, batata-doce, gérmen de trigo, aveia, abacate e óleos vegetais. A sua carência leva a anemia, lesões nos nervos e fraqueza muscular. Vitamina H ou biotina (também conhecida por B8) Encontra-se presente na composição de numerosas enzimas que intervêm no metabolismo do carbono, em especial dos glícidos e dos lípidos. Algumas fontes alimentares de vitamina H incluem levedura de cerveja, rebentos de soja, cogumelos, verduras frescas. Vitamina K Tem um papel importante no processo de coagulação do sangue, e em casos graves a sua falta pode causar hemorragias. O conhecimento do teor da vitamina K nos alimentos ainda se encontra pouco esclarecido, mas podemos apontar como principais fontes os legumes verdes, espargos, arroz integral, tomate e óleos vegetais.
Lavagem dos Canários para os Concursos
Técnica Para Lavar Pássaros
Permitir um banho regular, durante todo o ano aos pássaros de gaiola e de viveiros, é uma norma que deve cumprir um bom criador. Necessita-se de fornecer condições para que todos os pássaros criados possam efectuar os seus banhos diários, existem banheiras apropriadas, as quais devem ser bem limpas e desinfectadas com soluções aquosas de sais quaternários de amónio. Deve-se observar preventivamente a não utilização de substâncias ADERENTES no líquido do banho, ou seja, substâncias que venham juntar-se para favorecer a adesão às paredes, gaiolas etc; estes ADERENTES são danosos aos pássaros porque cobrem a plumagem com uma "película" e são irritantes aos olhos.
Os produtos contendo sais quaternários de amónio devem ser utilizados nas dosagens indicadas pelos produtores (normalmente 1 colher de café para 1 litro de água de banho: para acção desinfectante e antimicótica usa-se 1 colher das de sobremesa por litro de água e esta dosagem é contra-indicada para banho ou limpeza dos pássaros.
Os pássaros gostam de banhar-se diariamente também durante o Outono e o Inverno, em água tépida, canários de cor e canários de todas as raças e todos os indígenas, a maioria dos exóticos, se saudáveis e bem alojados aceitam muito bem o banho diário ou em dias alternados. Entretanto, as raças delicadas, algumas espécies de exóticos granívoros e insectívoros podem banhar-se em intervalos mais longos, em ambientes secos, totalmente sem correntes de ar, com água ligeiramente morna (sobretudo para os Giber Itálicos e o Giboso Espanhol, que não tem penas em certas partes do corpo) nas estações mais frias do ano. Para alguns pássaros, mesmo oferecendo-se banheiras com água, há uma recusa de imergirem na água; isto é normal para certas espécies como Melopsittacus undulatus que preferem que esfreguem as penas contra verduras molhadas. Para estes últimos não resta outra alternativa senão efectuar-se uma boa borrifação, sem exageros, através de alguns borrifos que são adquiridos em floricultura; dissolve-se uma colher das de café de sais quaternários de amónio para cada litro de água. É óbvio que a gaiola contendo os pássaros que tomam banho (através da banheira ou da borrifação) deve ser bem limpa, pois de outro modo a plumagem ficaria suja e isto é um facto negativo, sobretudo para os pássaros que devem ir a concurso ou exposição. O fundo da gaiola ou a bandeja deve ser coberto por papel limpo do tipo absorvente e os arames devem ser bem zincados e esmaltados (a ferrugem suja a plumagem). Os únicos períodos nos quais convém evitar a borrifação são: durante o período de reprodução (a borrifação pode espantar a fêmea que pode interromper o choco ou a alimentação dos filhotes, ou descondicionar excessivamente os reprodutores, notoriamente mais ansiosos e medrosos que podem, em casos extremos, parar o ciclo reprodutivo devido ao descondicionamento hormonal; esta última situação é mais frequente nas espécies silvestres ou ainda não bem adaptadas à vida no estado de cativeiro) e durante o período da muda, pelo perigo de resfriamento.
Banhos ou borrifações devem ser feitos sempre antes das 15 horas para evitar que os pássaros durmam molhados ou húmidos.
Como lavar os pássaros que serão expostos em concurso ou exposição:
A lavagem das penas constitui um trabalho um tanto quanto delicado, porque o corpo do pássaro é muito sensível a cada tipo de manuseio e, em cada caso, não deve tê-los muito apertados na mão. Lembremo-nos que sempre que pegamos um pássaro na mão, ele sofre um stress mais ou menos sério. Portanto a “lavagem manual” é uma operação que se faz somente para espécies ou raças mais domesticadas ou mais letárgicas (muitas raças de canários de forma, postura e frisados habituados ao contacto humano etc.); embora para os canários de cor e raças, sejam indígenas ou exóticas, aconselha-se evitar a captura difícil e o trabalhoso banho a mão; muito melhor oferecer-se a banheira ou borrifar-se. Como se subdividem os canários de acordo com a plumagem:
CANÁRIOS que devem ter a PLUMAGEM ADERENTE. CANÁRIOS que devem ter a PLUMAGEM VAPOROSA.
Esta subdivisão, orientativa para os criadores, torna-se necessária para a metodologia da “lavagem manual” a ser descritiva porque certos ingredientes do banho favorecem ou a uma plumagem aderente e sedosa ou uma plumagem fofa e luzente. Assim, por exemplo, um SCOTCH não pode ser lavado com um ingrediente que favoreça a fofura nem, pelo contrário, um NORWICH pode ser lavado com um ingrediente que torna a plumagem aderente. O criador que pela primeira vez prepara a “lavagem manual” dos próprios pássaros, deve antes praticar lavando outros pássaros que não irão para o concurso ou exposição. Desta forma, se os primeiros resultados da lavagem não forem satisfatórios (devido a eventuais erros na “técnica do banho”) pode-se pesquisar as causas negativas que provocaram o resultado negativo. Lembrar-se sempre que um pássaro lavado recentemente pode manchar facilmente a própria plumagem (daí a necessidade de aloja-los em lugares bem limpos e com arames sem ferrugem).
Preparos e utensílios: Quando se prepara os pássaros que devem ser expostos, o criador não só deverá preventivamente treinar-lhes a exibirem-se sem temor, mas como também deverá certificar-se que a plumagem seja imaculada, sem penas sujas especialmente em volta do pescoço e na cauda, partes da plumagem que se sujam mais facilmente. Normalmente a “lavagem manual” é feita uma semana antes do dia do concurso ou exposição. Para lavar os pássaros deve-se preventivamente munir-se dos seguintes preparos:
· 3 ou 4 recipientes de ½ litro de água, mas o ideal seria em água corrente em fio e morna se possível; · Um champô neutro para criança, tipo que não irrite os olhos (ex: “Johnson”); · Uma garrafa de vinagre de maçã de boa qualidade; · Um recipiente contendo glicerina; · Um pincel de barba de pêlos muito fofo (melhor dois pincéis) e uma escova de dentes macia em forma de triângulo, para lavar a cabeça; · Um recipiente contendo sabão neutro de boa qualidade; · Papel toalha bem absorvente; · Uma esponja natural, muito macia (não de plástico); · Alguns cotonetes (dos utilizados para limpeza de ouvidos humanos). · Além disso é necessário secar-se a plumagem e para tanto pode-se usar: · Uma fonte de calor (observar para não haver alterações quanto a oxigenação); Ou um local (diferente do de criação) bem quente, com temperatura acima de 23ºC.
Deve-se ter PRECISÃO, PROTEÇÃO e DELICADEZA. Com estes “ingredientes”, uma boa prática conferirá gradualmente aquela experiência que permitirá lavar, em uma hora, uma dúzia de pássaros para concurso ou exposição.
Procedimento: · Um local quente (bem fechado, para evitar qualquer perigo de corrente de ar) pode conter um número elevado de pássaros molhados. É necessário evitar-se uma secagem muito rápida, ou seja, um calor excessivo que facilitaria uma plumagem desarrumada e anti estética que podem perdurar por várias semanas: ao contrário, uma secagem muito lenta (gaiola muito distante da fonte de calor) coloca em perigo o pássaro que, pela queda de temperatura pode ser acometido de todas as complicações que se pode facilmente imaginar. · Os canhotos seguram o pássaro com a mão direita; a maioria dos destros, seguram com a mão esquerda, delicadamente, mantendo o polegar e o indicador em volta do pescoço, sobre o ombro, no sentido de evitar que a cabeça possa sair, com consequente fuga. · No primeiro recipiente coloca-se água morna com um pouco de champô; emerge-se o pincel de barba ou escova de dente e, delicadamente, manejando o pássaro na mão, se esfrega toda a plumagem sempre na direcção cabeça-cauda (ou seja, na direcção da pena e NUNCA ao contrário). Pode-se também lavar em água morna e corrente, saindo apenas um filete é mais rápido e higiénico. Com um bastonete, embebido em água com champô, limpa-se a cabeça, face e pescoço do pássaro, tendo-se cuidado para que a água não atinja o bico ou os olhos (mesmo um baby-shampoo irrita os delicados olhos dos pássaros). Colocar bem a cauda na água com champô e lavar, junto as asas mantidas abertas, com o pincel de barba ou escova de dente macia. · Primeiramente lava-se a cabeça, a nuca, depois o dorso, os ombros, as asas (as asas são abertas e colocadas entre o indicador e o polegar da mão esquerda ou da direita quando se é canhoto e, com a outra mão, através do pincel de barbear, lavam-se as asas, sobretudo nas extremidades onde há mais sujeiras), o uropígio e a cauda. Depois, delicadamente, põe-se o pássaro com o ventre para cima e, sempre seguindo a direcção da plumagem (cabeça-cauda), são lavadas as partes inferiores, começando pela face, pescoço, peito, abdómen, subcauda e a raiz da parte inferior da cauda. Porém, para os exemplares mais irrequietos, deve-se lavar inicialmente o corpo, deixando-se por último a cabeça; deste modo o pássaro ficará mais tranquilo e não se debaterá durante a lavagem da cabeça. Nenhum pássaro gosta de ser colocado de “barriga pra cima” e, sobretudo os mais irrequietos, debatendo-se, podem fugir da mão; porém é possível controlar-se seus movimentos colocando-se o polegar e o indicador (formando um pequeno anel) entre a cabeça e o ombro, controlando o seu fechamento para evitar a saída da cabeça.
Como lavar a cabeça e a poupa: · Nos exemplares com poupa (tipo ARLEQUIM, GLOSTER CORONA, CREST etc.) arrumam-se delicadamente as penas, a partir do centro do poupa (“coroa”) ajustando-as e, com a extremidade do bastonete embebido em água e champô, esfregar na direcção da pena, estando muito atento para não arrancar nenhuma pena durante a operação. A esta altura, passando-se delicadamente um dedo da mão sobre a plumagem molhada, sempre em direcção da cabeça-cauda, faz-se escorrer a maior quantidade de água e champô. O pincel de barbear, em um recipiente contendo água pura colocada à parte, é bem lavado e espremido; depois passa-se sobre sabão neutro e depois é molhado; depois repassa-se sobre toda sobre toda a plumagem do corpo do pássaro do mesmo modo já descrito. Se o pássaro não estava muito sujo, a utilização de sabão neutro pode ser evitada.
O reenxaguo: · Após o ensaboamento deve-se fazer o reenxaguo do pássaro. Esta operação é importante na lavagem com champô, porque cada traço de sabão deve ser removido para se obter um perfeito resultado final. No segundo recipiente, contendo água pura morna, imerge-se todo o corpo do pássaro (obviamente com excepção da cabeça); abrem-se as asas e a cauda; através da outra mão recolhe-se água pura e lava-se delicadamente o pássaro. · No terceiro recipiente é colocada água morna, na qual é adicionada: ou uma colher das de café de GLICERINA; ou uma colher das de café de um bom VINAGRE de maçã ou uva. A GLICERINA favorece a formação de uma plumagem elástica, muito macia, sedosa, vaporosa e mais cheia e é, assim, indicada para aqueles pássaros que devem exibir este tipo de plumagem (ex: NORWICH, GLOSTER, FRISADOS etc). Pode-se juntar à glicerina algumas gotas de limão que neutralizam traços de sabão. O VINAGRE, ao contrário, favorece uma plumagem brilhante e aderente; de tal modo é indicado para exemplares cujo standard prevê este tipo de plumagem (ex: SCOTCH, BOSSU, HOSO, PERIQUITOS ONDULADOS, espécies indígenas e exóticas de “tipo silvestre” etc.). Utiliza-se uma colher de glicerina (com 20 gotas de limão) ou de vinagre para cada litro de água. · Antes de soltar o canário na gaiola de secagem enxugue-o bem e depois deixe-o por alguns minutos enrolado na toalha para que esta absorva alguma parte da água das penas
A Humidade no Canaril
Um dos principais factores dentro de um canaril é o seu nível de humidade, este nível de humidade varia de canaril para canaril, consoante a zona em que esta instalado e do seu próprio microclima. O intervalo ideal que deve existir dentro do canaril em termos de humidade é de 50% a 70%, durante todo o ano se possível. Pois se a humidade excessiva é prejudicial, também o ar demasiado seco tem alguns efeitos negativos. Excesso de humidade: - É no Inverno que verificamos o excesso de humidade que aliado ao tempo frio provoca vários problemas respiratórios. - É nessa altura que aves mais senciveis acabam por morrer- O ambiente com mais humidade torna-se mais frio e se as Canárias estiverem em postura, podem acontecer distúrbios de postura e ovos atravessado. - Excesso de humidade deteriora mais facilmente os alimentos, aparecendo bolores e fungos - Julgo ser um utensílio fundamental num canaril um desumidificador para que o nível de humidade se mantenha no intervalo ideal. Humidade reduzida: - O ambiente demasiado seco no canaril em época de criação, pode-se verificar uma dificuldade de eclosão dos ovos e morte embrionária, pelo que é conveniente em ambientes demasiado secos 1 a 2 dias antes dos nascimentos borrifar os ovos. - Também na muda o ar demasiado seco, não é ideal pois nascimento das novas penas requerem também alguma humidade para se desenvolverem brilhantes e sedosas, o banho nesta altura é fundamental para ajudar a ave nesta fase importante e sensível da vida da ave. - Quando tivermos uma humidade demasiado baixa se possível utilizar um humidificador, pois na altura de calor mais humidade refresca o ar.
Zé Fernandes Juiz de Canários de Cor
Aumentar o tamanho das aves
Para algumas raças de canários é muito importante procurar aumentar o tamanho e melhorar a forma. Muitos criadores procuram através dos cruzamentos executar esta tarefa, acasalando as aves mais corpulentas, mas o tamanho é uma característica muito complexa pois depende de diversos factores: 1) Hereditariedade 2) Alimentação 3) Ambiente 4) Selecção
Hereditariedade Diversos genes condicionam o tamanho das aves e de outros animais. O resultado de uma mistura de diversos genes reforça o tamanho -isto explica o porquê da consanguinidade produzir nas aves uma redução do número de genes diferentes, a favor de casais de genes idênticos e como tal um efeito nefasto sobre o tamanho. Esta consanguinidade é apenas necessária nos nossos cruzamentos quando temos a finalidade de procurar conservar e manter uma nova mutação. Estas consequências são imediatas pois obteremos aves mais pequenas com formas deficientes e temos a necessidade de efectuarmos novos cruzamentos para conseguir um tamanho normal e uma forma de acordo com as características raciais. Inversamente, o cruzamento entre aves de diferentes origens favorece uma maior diversidade de genes e como tal um aumento do tamanho da ave. Isto significa na prática que o criador deve evitar os cruzamentos em consanguinidade directa, procurando aves que tenham no seu património genético genes diferentes ou seja, não pertencerem à mesma linhagem familiar.
Alimentação Deve ser muito rica e variada pois a carência de vitaminas e aminoácidos também provoca a diminuição do tamanho. As proteínas desempenham uma função importante nos acasalamentos. A Meteonina que contém zolfo melhorando a qualidade da plumagem. As misturas de sementes adquiridas normalmente nas lojas comerciais são insuficientes pois não são equilibradas. Os grãos ou sementes frescas, germinado, fruta e as proteínas animais e a papa de qualidade com um grau de proteínas nunca inferior a 16 ou 18% são elementos indispensáveis para obtermos aves de boa qualidade genética.
Ambiente Uma boa higiene, alojamentos espaçosos e arejados são condições para nos permitir um bom desenvolvimento do tamanho das aves. A nossa experiência demonstra que a criação em espaços grandes (voadeiras) torna as aves mais robustas, tendo um melhor desenvolvimento do seu esqueleto em relação às aves criadas em gaiolas, independentemente do tipo de alimentação. As aves que fazem a muda em espaços grandes, além de serem mais fortes e robustas, apresentam a plumagem mais sedosa e brilhante. Devemos proporcionar um banho diário, se possível com água corrente. Outro pormenor importante é que as aves em comunidade adquirem efeitos estimulantes para uma alimentação plena. As baixas temperaturas no local de criação produzem nos canários um efeito de aumento substancial de peso em virtude de procurarem assiduamente os alimentos. Outro factor muito importante é sem dúvida a alimentação do espaço do canaril pois quanto maiores forem as horas de luz, ou sejam, os dias maiores, as aves mais tempo dedicam à alimentação.
Selecção A selecção rigorosa e criteriosa nas aves de maior tamanho tem um efeito positivo pois as fêmeas geralmente põem ovos maiores. Um ovo maior é mais rico em reservas proteicas dando origem às pequenas aves nascerem mais fortes, resistentes e mais desenvolvidas. Não nos serve de nada aumentarmos as horas de luz no nosso canaril se não proporcionarmos às nossas aves uma alimentação equilibrada e o espaço não tenha as normas de higiene no mínimo aconselháveis.
Carlos Almeida LimaJuiz CNJ/ OMJ
OS DISTURBIOS DE COMPORTAMENTO NAS FÊMEAS
O sucesso da criação depende do bom comportamento das fêmeas. Normalmente a fêmea colocada na presença do macho, faz o ninho, põe, choca os ovos e alimenta os filhotes.O macho pode ajudar na construção do ninho e participa na alimentação dos filhotes; a sua função torna-se cada vez mais importante à medida que os filhos crescem. Os principais problemas do comportamento concernentes às fêmeas são os seguintes: - A fêmea não põe - A fêmea destrói constantemente o ninho - A fêmea põe fora do ninho - A fêmea põe sem parar - A fêmea põe, mas não incuba - A fêmea pica os ovos - Os filhotes são atirados para fora do ninho - Os filhotes são pouco ou mal nutridos - A fêmea pica os filhotes Analisemos os diferentes casos.
A FÊMEA NÃO PÕE Normalmente a postura é desencadeada pela visão do ninho; ela é favorecida pela presença do macho. Na ausência de ninho, a presença dum recipiente côncavo pode incitar a fêmea a por; até pode pôr num comedouro.Mas é necessário que a fêmea esteja pronta para pôr, mesmo que o seu ovário contenha os futuros óvulos. Isto supõe que a temperatura e a luz tenham variado normalmente como aquelas produzidas na Primavera. Muita luz e sem muito calor ou o inverso, muito calor e pouca luz, provocam uma alteração do ciclo sexual, que é frequentemente acompanhada por uma muda parcial. Se a fêmea não põe, malgrado a presença do ninho e do macho, pode-se mudar o macho e trocá-lo por outro mais ardente, mais viril. Se o comportamento da fêmea não muda, é necessário troca-la por uma outra.A melhor fêmea é uma de dois anos, cujo comportamento terá sido testado no ano anterior. Uma fêmea muito velha pode estar inapta à postura: torna-se estéril.
A FÊMEA DESTRÓI O NINHO CONSTANTEMENTE A maioria das fêmeas constrói metodicamente o ninho: empregam materiais grosseiros, depois materiais finos para o acabamento. Algumas começam a construção do ninho sem contudo acabar: elas confundem frequentemente os materiais e finalmente o primeiro ovo é posto num ninho inacabado e muito mal feito. Geralmente este comportamento é hereditário. Ele persiste de ano a ano. A fêmea não sabe fazer o ninho, porque nasceu, geralmente, num ninho mal feito.O criador deve intervir para terminar o ninho ou oferecer à fêmea um ninho completamente feito. No caso dum ninho de canários, pode-se colocar um ninho de fibras de coco comprado no comércio. Aos exóticos pode-se oferecer um ninho bola, em vime, no interior do qual se cola um revestimento macio, que o pássaro não poderá arrancar. Geralmente o criador contenta-se em terminar o ninho, colocando um suplemento de materiais e construindo uma cavidade para os ovos. Ele pode obter esta cavidade, fazendo rodar uma maçã no ninho, ou moldando com sua mão. Como no curso de criação, o ninho se suja, ele não pode hesitar em mudar o revestimento no momento em que ele se torne muito sujo. Os filhotes têm necessidade de asseio e esta limpeza agirá sobre o comportamento de adulto. Isto é sobretudo necessário quando o número de filhotes é importante. Isto é indispensável no momento em que os filhotes defecam sobre as paredes do ninho e quando os pais penetram no ninho para alimentá-los.
A FÊMEA PÕE FORA DO NINHO Sucede que uma jovem fêmea põe fora do ninho, seja sobre o fundo da gaiola, seja num comedouro. Ela não compreendeu a função do ninho que o criador lhe ofereceu, e não o adoptou.O mais simples é colocar o ovo no ninho onde ele deveria ser posto; faz-se o mesmo para o segundo ovo, e assim por diante até a obtenção duma postura normal. Se a postura se faz num comedouro, tira-se o comedouro à noitinha, uma vez que a postura tem geralmente lugar ao nascer do dia. Para seduzir a fêmea no ninho, pode-se aí colocar um ovo claro (dum outro casal) ou um ovo falso. Quando se trata dum ninho caixa, junta-se materiais que se deixam passar pela abertura; esses materiais excitarão a curiosidade da fêmea, que visitará então o ninho.É possível que a fêmea não ponha no ninho, porque está infestado pelos piolhos ou porque não é suficientemente próprio. O asseio é necessário e é preciso então mudar ao menos o revestimento do ninho, entre duas ninhadas.
A FÊMEA PÕE SEM PARAR Encontra-se no ninho um número de ovos anormal. No caso de uma espécie onde o macho e a fêmea são parecidos, é possível que o casal compreenda duas fêmeas. É necessário sexar atentamente os pássaros.Mas num casal normal, a fêmea pode pôr numerosos ovos. Geralmente são ovos claros e isto ocorre porque quando uma primeira postura era feita de ovos claros, a fêmea continuava a pôr.Uma observação atenta do número de ovos teria permitido ao criador ver que não se trata duma só postura, mas de duas sucessivas separadas por 5 a 6 dias. Algumas fêmeas são capazes desde o 5º dia de reconhecer se um ovo está claro ou não; neste momento elas podem abandonar o ninho ou pôr de novo. Uma perturbação do comportamento pode explicar uma postura abundante e contínua. A fêmea é vitima dum desarranjo endócrino. Normalmente quando a postura atingiu a cifra própria à espécie (5a 6 ovos no máximo), uma inibição se produz e isto bloqueia a produção de óvulos pelo ovário. Em alguns pássaros mais sensíveis que outros, o bloqueio tem lugar mais cedo e a fêmea põe menos ovos. A postura torna-se contínua quando o bloqueio não tem lugar. É necessário tirar a fêmea e trocá-la por uma outra. Esta perturbação desaparece geralmente quando a fêmea é colocada em viveiro não contendo qualquer ninho, sobretudo na ausência de machos. Pode também atenuar-se pouco a pouco: a fêmea podendo pôr ainda alguns ovos num comedouro, antes de se tirar definitivamente.
A FÊMEA PÕE MAS NÃO INCUBA Esta perturbação pode ter várias causas: O desenvolvimento é desfavorável: há muito barulho ou a fêmea está inquieta. Pode ser suficiente mudar o lugar do ninho ou aquele da gaiola: a primeira ninhada estará perdida, mas uma segunda será levada a termo. A fêmea não choca porque os ovos estão claros, e isto porque ela não foi coberta pelo macho. É necessário tirar os ovos e aguardar uma segunda postura. Se a fêmea não choca, é preciso mudar o macho. O melhor macho é aquele que não somente cobre frequentemente a fêmea, mas também que a ajuda a ir para o ninho. Alguns machos chocam tanto e mesmo mais que a fêmea, mas o mais frequente e necessário é que a fêmea comece a chocar.
A FÊMEA PICA OS OVOS Acontece quando os pássaros comem os ovos. O criador que constata a presença dum ovo e não o vê no dia seguinte ou quando o número de ovos diminui. Frequentemente não fica nenhum traço do ovo desaparecido: ele foi comido. Um pássaro pode muito bem comer um ovo. Ás vezes um filhote eclode e não se acha a casca: ela comeu-a, e isto evita que ela atraia a atenção dum predador, o que pode ter lugar quando a casca vazia é lançada fora do ninho. Sabe-se assim quando os pássaros de gaiola podem consumir os fragmentos de cascas; esses fragmentos dados pelo criador são uma fonte de cálcio. Por prudência, ele vai dar o melhor, (por ex. ostras trituradas ou fragmentos de cascas de ovos...)É normal que um ovo seja comido depois de ter sido posto. Geralmente, o criador acusa o macho. Pensa-se que o macho viu no ovo um corpo estranho que ele quer tirar do ninho; o ovo é quebrado e comido. Isto é possível, mas a fêmea pode comer os ovos. É o que tenho constatado com um casal de mandarins. Para saber se comia o ovo, coloquei sobre a casca um produto utilizado para impedir as crianças de roer as unhas. Um primeiro ovo desapareceu sem problema aparente nos pássaros. Porém após o desaparecimento dum segundo ovo, a fêmea foi gravemente intoxicada, enquanto que o macho ficou normal. A mãe era, pois, culpada. É preciso, então, no momento em que os ovos desaparecerem depois de terem sido postos, tirar a fêmea e trocá-la por uma outra.
OS FILHOTES SÃO LANÇADOS PARA FORA DO NINHO Acontece quando os filhotes são encontrados fora do ninho, sobre o fundo da gaiola.Frequentemente apresentam feridas provocadas por cortes de bico.No momento em que o criador se apercebe, rapidamente deve colocar os filhotes no ninho. Podem cair acidentalmente ou ser assassinados pelas patas da fêmea, quando abandona muito brutalmente o ninho. É necessário então evitar assustar a fêmea que choca, e cuidar para que o ninho seja suficientemente profundo. Mas é possível que os filhotes tenham sido lançados para fora do ninho por um dos pais. Pouco depois da eclosão, o principal culpado é o macho; ele não reconhece no filhote o produto dum ovo, e lança-o para fora numa preocupação de propriedade, ou de defesa do ninho. Neste caso, é preciso tirar o macho, esperando-se que todos os filhotes tenham eclodido e chegado a ser bastante grandes. No Diamante Gould, mais sujeito ao stress, o macho pode reagir a uma perturbação (barulho, visitante estranho...), lançando os filhotes pouco depois. No momento em que os filhotes estão emplumados e prontos para sair do ninho, podem ser lançados pela fêmea desejosa de limpar o ninho para tornar a pôr. Algumas fêmeas tornam a pôr num ninho ocupado, mas outras expulsam os filhotes a golpes de bico. O sangue pode ocasionar a picagem: os filhotes se estiverem ainda depenados podem morrer.
OS FILHOTES SÃO POUCO OU MAL ALIMENTADOS O crescimento dos filhotes é programado; se ele é retardado, os pais podem abandoná-los. Na natureza um retardamento no crescimento corresponde a uma doença ou ainda afecta o último nascido; esses pássaros estão condenados; eles não darão jamais um adulto robusto; os pais têm pressa de fazer uma nova ninhada, e cessam de alimentar os atrasados. Este comportamento permite a selecção natural indispensável à sobrevivência da espécie.Na criação, o atraso de crescimento tem as mesmas causas, mas o abandono é menos brutal. Um pássaro cego será alimentado tanto quanto será capaz de pedir com insistência sua alimentação: cessará de o ser quando não virar mais o bico do lado certo. Os filhotes debilitados por uma doença (frequentemente colibacilose) serão cada vez menos alimentados visto que eles terão cada vez menos força para pedir, levantar a cabeça e abrir o bico. No que concerne aos filhotes de crescimento mais lento numa ninhada, trata-se de mutantes, ou de últimos nascidos. Para salvá-los, o criador confiá-los-á a outros pais, que tenham filhotes no mesmo tamanho. Para que todos os filhotes duma ninhada sejam salvos é necessário que a ninhada fique homogénea, isto quer dizer que todos os filhotes cresçam regularmente.Pode-se activar o crescimento dos filhotes, dando-lhes uma pasta enriquecida em vitaminas. No início do crescimento, os protídios devem representar perto de 25% da ração; a seguir sua taxa deve diminuir regularmente em benefício dos glucídios (amidos dos grãos). Na natureza, os pássaros aí compreendidos, os granívoros, fornecem aos recém-nascidos uma alimentação muito rica à base de insectos e de pólen, bem como filhotes de larvas e grãos germinados. Por conseguinte, eles dão mais grãos de amoras. Se é necessário, em caso de doença, utilizar um antibiótico, ele deve ser associado a uma mistura vitaminada e de grãos germinados. Um antibiótico pode provocar uma carência em vitaminas e retardar o crescimento.
A FÊMEA PICA OS FILHOTES Dissemos que a fêmea desejosa de pôr pode expulsar os filhotes para fora do ninho e picá-los para arrancar-lhes as penas. Esta hostilidade cessa no momento em que os filhotes deixam o ninho, salvo se o sangue correu. No último caso, a visão do sangue tem um efeito agressivo: ele estimula a picagem. É necessário isolar o filhote, tirar a pena que sangra e colocar um pó bactericida sobre a ferida. Filhotes machos podem ser igualmente picados pelo pai que o deseja expulsar. Se os filhotes devem ser deixados na presença dos pais, é necessário dispor duma gaiola suficientemente grande ou colocar uma separação através da qual os pais poderão alimentar os filhotes. Quando uma gaiola é muito pequena, os pais têm tendência a picar os filhotes. Pode-se também evitar isto, colocando os pais e os filhotes que deixaram o ninho numa outra gaiola, onde não haverá ninho.
CONCLUSÃO Os distúrbios de comportamento não são raros numa criação. Isto vem do fato de que se está longe das condições naturais bem como em matéria de ambiente, quer de material ou de alimentação. Cuidados de atenção e a experiência permitem evitá-los ou tratá-los. A maior parte dessas perturbações não são hereditárias e não duram de ano a ano. O criador deve ter interesse em possuir muitas fêmeas e vários machos de reserva; mudam o macho ou a fêmea sendo este o meio mais eficaz para pôr fim a uma distúrbio de comportamento que torna um casal improdutivo.
Vinagre de maçã ou sidra O vinagre de sidra é um produto muito fácil de encontrar, qualquer supermercado, mercearia ou mesmo ervanária têm.E um produto natural. Muitas pessoas utilizam no tempero de saladas e outros alimentados.Quanto a parte ornitológica. O vinagre de sidra faz o mesmo efeito que a colina. Este conte uma substancia a qual se da o nome de “coilina”. Já se sabe que os problemas hepáticos nas aves muitas vezes são provocados por excesso de gordura no fígado, a alteração da flora intestinal (parte que protege o estômago) normal, causa frequentemente infecções intestinais.Quanto aos benefícios para as aves são vários.Quando as aves estão demasiado gordas por norma costuma se comprar “colina” e fazer-se uma dieta de sementes.Quase todas as sementes são ricas em gordura claro que não ceram todas as sementes, mas muitas são. As sementes ditas sementes pretas (cânhamo, nabo, níger, entre outras) são muito ricas em gordura. As aves mais gulosas se não se tiver algum cuidado acabaram por dar problemas. A ave deixa de comer todas as sementes e começa por fazer uma alimentação pouco adequada comendo só um ou dois tipos de alimentos, por norma sementes pretas. Os primeiros sintomas visíveis a olho nu. São fadiga ao fazer pequenos voos, arfar em dias de muito calor, a ave parece muito forte, o que ate nos parece bem, pois a ave parece maior, dificuldades na criação (as copulas são falhadas) … etc.A utilização do vinagre de sidra durante alguns períodos do ano vai resolver muitos dos problemas a que me referi entre outros. O vinagre de sidra contem uma substancia “coilina” que é de grande consistência quando ingerida pelas aves e fixa-se nas paredes musculares internas do estômago da ave protegendo o e fazendo que este fique mais forte. Assim pode facilitar na digestão e eliminação das gorduras.Isso pode conseguir-se com a administração de vinagre de sidra.Modo como se deve utilizar.Diluir uma colher cheia de sopa (10ml) por cada litro de água.Repetir esta operação duas vezes por semana, nos outros dias água normal
OS PIOLHOS - Uma praga a evitar
Os Piolhos Umas das grandes preocupações dos criadores de aves são sem sombra de dúvida os piolhos, que nos transtornam principalmente na época de criações. As três principais espécies e as que mais incómodos e danos provocam são: - Piolho do interior das penas (Picobia Bipectinata) - Piolho da Pluma (Amalga Posrinus) - Piolho Vermelho (Dermanyssus gallinae) As duas primeiras espécies alimentam-se de descamações da pele e das penas das aves, só pontualmente chupam sangue, estas duas espécies são consideradas um problema efectivo se multiplicarem de forma descontrolada. O piolho vermelho é o mais perigoso dos três dado que é ematofago, ou seja alimenta-se de sangue. Este piolho atacando de uma forma continuada pode levar as aves a um estado de debilidade tal que provoca a sua morte, principalmente as pequenas aves jovens que se encontram no ninho sem qualquer defesa.
COMO DETECTAR A PRESENÇA DE PIOLHOS. A ave infectada de piolhos, mostra-se muito inquieta e agitada, e tenta de todos os modos livra-se do parasita, quer através de banhos no bebedouro quer picando-se constantemente, o que vai provocar um estado menos bom da plumagem, todos estes esforços contínuos vão provocar um enfraquecimento das aves, inclusivamente poderá acontecer que os machos deixem de cantar. Piolho das penas – Pelo simples exame da ave detecta-se este piolho, basta estender a asa da ave infectada, e observá-la a contraluz, vai notar-se uns pequenos pontos que se deslocam rapidamente ao longo das rémiges e rectrizes. Piolho dos barbados– Vive preferencialmente nos barbados das penas, e também com um exame cuidado se pode detectar este parasita. Piolho Vermelho – Este piolho não vive na ave, sendo um animal nocturno só ataca as nossas aves durante a noite, estando escondido durante o dia, nos mais diversos locais: - Poleiros Ocos- Ninhos- Frinchas das gaiolas- Matérias de tecido. Inclusivamente podem estar escondidos a distancias consideráveis das gaiolas que irão atacar durante a noite.Esta espécie quando não controlada vive em colónias de milhares de indivíduos.
MODO DE COMBATE Actualmente existem no mercado vários produtos indicados para o combate destes parasitas, podendo estes apresentar-se em spray ou em pó. È importante a quando da escolha do produto para combate dos parasitas, verificar-mos se é especifico para aves e devemos sempre proceder conforme as indicações, para não provocarmos intoxicações, às aves. Julgo também ser importante que quando se fizer a desinfecção da gaiola retirar comedouro se bebedouros, para termos a certeza de não vamos contaminar os alimentos. Para combater esta praga, devemos proceder à desinfecção directa da ave e à desinfecção das instalações onde poderá estar a colónia de piolho. Desinfecção directa – Pegar na ave cuidadosamente e desinfecta-la conforme indicação dada nos productos. Contudo quem tem um plantel elevado é um pouco complicado desinfectar ave por ave , neste caso aconselho a utilização de um spray direccionado directamente às aves, tendo o cuidado de evitar a zona dos olhos.Actualmente o que uso para o combate desta praga é: - Desifecção directa com Paramectin uma gota por ave no dorso - No ninho com spray insecticida da Tabernil - E desinfecção das instalações com frontline Spray
Produtos Usados no combate aos Piolhos
Sementes Germinadas
O que é germinação? Chamamos de germinação ao processo inicial de crescimento da semente onde, sob condições adequadas, uma nova planta será formada. Todas as sementes em bom estado podem ser germinadas, desde que submetidas a condições adequadas de temperatura e humidade. As condições para a germinação variam de semente para semente. A semente germinada concentrará todos os nutrientes, transformando-se numa das melhores fontes de alimento disponíveis na natureza. Vantagens das sementes germinadas As sementes germinadas são macias, altamente digestíveis, e muito nutritivas. São especiais para os filhotes dos nossos pássaros que, assim que separados dos pais têm dificuldades de partir as sementes, com cascas mais duras. São tenras, fazendo com que os filhotes se alimentem mais e iniciem mais cedo a ingestão de sementes, essenciais ao seu pleno desenvolvimento. Tornam-se independentes mais cedo, reduzindo o índice de mortes após a separação dos pais. Apresentam alta digestibilidade, sendo muito ricas em vitaminas, hidratos e proteínas. Quando germinadas por período um pouco maior são importante fonte de alimento verde, com suas vitaminas e carotenóides, que podem ajudar na formação de algumas variedades de lipocromo. Que sementes germinar As sementes mais utilizadas para germinação são: - Niger, Nabão, Trigo, Colza e Perilla. As sementes devem ser germinadas separadamente, não sendo recomendado germinar uma mistura, visto que os tempos de germinação variam de semente a semente. Como germinar as sementes Provocar a germinação das sementes é muito fácil. Basta deixá-las de molho pelas primeiras 24 horas e depois mantê-las húmidas até que germinem, o que dependendo do tipo de semente pode variar de 48 a 72 horas. No primeiro estágio, durante as primeiras 24 horas é importante manter as sementes em imersão em água limpa, acrescida de um anti-fúngico, trocando-se a água algumas vezes ao longo do dia (pelo menos três vezes), para eliminar os riscos de fungos oufermentação das sementes. Após esta primeira etapa, devemos lavar rigorosamente as sementes para eliminar os resíduos do produto adicionado a água, e deixá-las em repouso sobre uma peneira coberta por um pano molhado, de modo a manter a humidade ao longo do dia. Estas sementes deverão ser molhadas algumas vezes de modo que fiquem sempre húmidas. À partir desta etapa, basta manter a humidade e aguardar que a sementes germinem. Quando os brotos atingirem o ponto desejado, novamente após vigorosa lavagem com água limpa, deverão ser servidas aos pássaros. Quanto mais tempo de germinação, mais matéria verde se obtém e menor o teor de proteína da semente germinada. Riscos da germinação A germinação, se não tratada adequadamente, apresenta riscos de contaminação por fungos e de fermentação das sementes, conforme comentado acima, altamente prejudicial aos pássaros. A água utilizada na primeira etapa do processo deverá ser trocada pelo menos três vezes durante o dia, e deverá conter um anti-fúngico (Cloro, Água Sanitária doméstica)etc... Com isso praticamente se eliminará a possibilidade de formação de fungos, mantendo as sementes saudáveis. O rigor na lavagem é MUITO IMPORTANTE em todas as etapas do processo de modo a reduzir os riscos e garantir a qualidade das sementes germinadas. Conclusão A inclusão de sementes germinadas na criação de canários diversifica a alimentação e melhora os resultados quantitativos da criação. Diminui mortes prematuras de filhotes após a separação dos pais, contribui para a formação de filhotes mais fortes, reduz o custo final de alimentação e proporciona mais saúde ao plantel.
Sementes para germinar
Germinador de sementes
Sementes c/ 1 dia de germinação
Sementes c/ 3 dias de germinação
Dicionário de Canaricultura
ALELOS Genes em que se designam os caracteres ANILHA Abraçadeira inviolável para controle de criação AUTOSSOMAL Mutação independente do sexo dos indivíduos do casal CAROTENO Pigmento de cor laranja ou vermelha CATEGORIA Forma pela qual o lipocromo é distribuído na plumagem CLOACA Orifício comum à reprodução e eliminação de fezes, urina e ovos. CONSANGUINIDADE Parentesco de sangue materno ou paterno CROMOSSOMA Segmento de filamento cromático que se destaca por ocasião definidas na formação do novo ser DILUIÇÃO Efeito do enfraquecimento da cor original DIMORFISMO Diferença no fenótipo entre machos e fêmeas DOMINANTE Pássaro de caracteres dominantes às demais cores de fundo EUMALANINA Coloração negra ou marrom que se deposita na plumagem, formando os desenhos (estrias) FACTOR Elemento que concorre para o resultado de uma mutação FENÓTIPO Características externas e visíveis de um indivíduo FEOMALANINA Coloração marrom que se deposita nas bordas das penas GAMETA Célula sexual do macho ou da fêmea GENÉTICA Ramo da biologia que estufa os fenómenos da hereditariedade e o modo como as características são transmitidas de uma geração para outra GENE Partícula do cromossomo em que se encerram os caracteres hereditários GENOTIPO Constituição genética interna do indivíduo HETEROZIGOTO Indivíduo com par de cromossomos diferentes HÍBRIDO Pássaro que provém de espécies diferentes (ex: pintassilgo com canária) HOMOZIGOTO Indivíduo com par de cromossomos idênticos INO Terminologia aos canários albinos, lutinos e rubinos (canários com olhos vermelho) INTENSO Denominação ao canário com lipocromo amarelo ou vermelho, atingindo toda a extensão das penas LINHAGEM Conjunto de pássaros com consanguinidade controlada LIPOCRÔMO São pigmentos de origem lipídica que se manifesta nas cores amarelo, amarelo marfim, vermelho, vermelho marfim e branco dominante (parcialmente) MELANINA Pigmentos de origem proteica, encontrado nos canários negro-marrons MUTAÇÃO Constituição hereditária com aparecimento de carácter inexistente nas gerações anteriores MOSAICO Canário de lipocrômo restrito em áreas específicas da plumagem )máscara facial, ombros, uropígio e peito) OXIDAÇÃO Pigmentação melânica negra ou marrom combinada com a cor de fundo~ PIGMENTAÇÃO Coloração através de substâncias PENUGEM Primeiras penas que surgem de um pássaro: remiges, retrizes e tetrizes. QUISTOS Formação de bolas (caroços), pela impossibilidade da pena romper a pele e atingir seu desenvolvimento, fazendo com que ela e algumas vizinhas fiquem abaixo da pele RECESSIVO É o factor responsável pela ausência absoluta de carotenóide com inibição total do depósito de lipocrômo REMIGES Penas grandes das asas RETRIZES Penas do rabo SÉRIE Agrupamento de cores quanto as características lipocrómicas e melanicas semelhantes SEXO-LIGADO Denominação à transmissão de uma mutação no cromossomo "X" SCHIMELL Manifestação indesejável de nevadismo em algumas regiões da plumagem dos canários. Característica essa que apresenta desvantagem para efeito de concurso SIRINGE Órgão interno do pássaro responsável pelo canto SUBPLUMAGEM São as penugens constituídas de penas finas, sedosas, raquis mole e barbas soltas TIPO Avaliação da quantidade de melânina no canário. Subdivide-se em Eumelanina e Feomelanina TETRIZES Penas que recobrem todo o corpo do canário UROPÍGIO Região do corpo do pássaro, localizado junto a cauda, onde estão localizados o par de glândulas uropígias VARIEDADE Refere-se à cor de fundo do canário
Como reduzir a mortalidade durante a época de criação dos canários
São muitos os apaixonados pela canaricultura em Portugal, e também são muitos os que têm problemas com a mortalidade dos seus exemplares durante a época de criação. Em certas ocasiões é bastante difícil estabelecer as causas da morte dos canários, mas na maioria das vezes tem origem no uso de práticas incorrectas. Seguindo os conselhos que adiante demonstro, conseguiremos reduzir em grande percentagem o número de baixas. A mortalidade pode ocorrer antes do nascimento (aborto) ou logo que o jovem pássaro se tenha libertado da casca do ovo.
ABORTOS A morte do embrião, pode acontecer nos primeiros dias da incubação, numa etapa intermédia ou nas proximidades do nascimento. a) As alterações cromossómicas, a presença dos pesticidas, medicamentos ou toxinas e as infecções transmitidas pelos pais são causas suficientes para que o embrião morra a poucos dias para começar a incubação. b) A morte num período intermediário do desenvolvimento pode ser devido a uma má nutrição dos pais, os quais transmitiram aquelas deficiências aos filhotes. Assim temos a carência de vitamina como a D3, K, B2, B5, B6, B12, biotina, o ácido fólico e outras substâncias como o magnésio, fósforo e o ácido linoleico, etc., que podem ser responsáveis para mortes nessa etapa. Este deficit nutricional pode ser causado indirectamente ao se abusar de antibióticos, já que estes destroem a flora digestiva capaz de sintetizar algumas das substâncias anteriores nos intestinos dos progenitores. As infecções víricas, bacterianas e fúngicas também podem ser indicadas como responsáveis nos abortos a esta altura. c) Finalmente a morte do canário pouco antes de nascer pode ser devido à presença de genes letais ou de alterações cromossómicas. Recordemos que na ânsia de reparar e fixar as características relacionadas à raça dos canários com que se está a trabalhar recorremos com demasiada frequência à consanguinidade, com todos os efeitos indesejáveis que isso envolve. O défice de vitaminas como a A, D3, e K, ácido pantoténico e fólico, ou as doenças infecciosas como “famoso ponto negro” são também responsáveis pela morte do embrião. Ás vezes o recurso a práticas tão simples como colocar banheiras aos pais para aumentar a humidade do aviário podem evitar que o passarinho fique colado dentro do ovo, já que assim ele não se conseguirá virar para romper correctamente a casca e morrerá na tentativa.
MORTE APÓS O NASCIMENTO Em outras ocasiões a morte ocorre após o nascimento do canário. Algumas das causas responsáveis são: a) Abuso de antibióticos. É prática habitual por parte de muitos canaricultores o abuso de antibióticos nos momentos precedentes à criação e durante a mesma. Com o pretexto da preparação para a reprodução os canários são bombardeados com cocktails antibióticos. Este mau uso dos medicamentos causa, em meu parecer, mais inconvenientes do que vantagens. Os efeitos indesejáveis que aparecem são:
- Imunodepressão: verifica-se que determinados antibióticos, como os tetraciclinas, deprimem o funcionamento sistema imunológico dos pássaros, com o perigo consequente de poderem estes ficar infectados por todos os agentes infecciosos oportunistas. - Aparecimento de resistência bacteriana: em certas ocasiões as doses aplicadas são inadequadas e são usadas durante um tempo inapropriado. Isto pode provocar que as bactérias se possam tornar resistentes a estes medicamentos, de tal maneira que quando nós necessitarmos realmente de os dar, eles já não servirão. - Transtornos digestivos: com os antibióticos não somente eliminamos as bactérias perigosas como também as bactérias benéficas, sendo estas as encarregadas de fabricar as substâncias úteis para o organismo do canário como as vitaminas. - Aparecimento de infecções fúngicas: as bactérias e os fungos estão em equilíbrio no intestino dos pássaros, razão pela qual a eliminação de um dos grupos favorece o crescimento excessivo do outro. Por exemplo, quando se abusam de tetraciclinas é fácil que apareça a candidíase. - Alteração do desenvolvimento embrionário: algumas substâncias como as penicilinas, tetraciclinas, cloranfenicois e as sulfamidas foram comprovadas que interferem com o desenvolvimento normal do embrião. Embora a maioria das investigações tenham sido feitas em antibióticos antigos, como os mencionados anteriormente, não se rejeita que os novos antibióticos não sejam também perigosos. O razoável nestes casos seria usar com precaução os medicamentos em fêmeas que estão a pôr.
b) Hipo ou hipervitaminose. Pequenas carências de vitaminas nas fêmeas podem ser aumentadas durante a reprodução, principalmente se estas efectuam várias posturas. É que os níveis adequados para um adulto podem ser insuficientes para uma fêmea que esteja na postura. Actualmente é possível encontrar casos de hipervitaminose, já que é habitual que os canaricultores acrescentem suplementos vitamínicos ás papas dos jovens que em geral já vêm comercializadas com os níveis necessários da vitamina. Este excesso vitamínico é igualmente prejudicial, assim como a sua deficiência.
c) Preparação inadequada dos alimentos. A grande maioria dos criadores dos canários usa geralmente alimentos húmidos para favorecer a alimentação dos passarinhos por parte de seus pais. O uso de sementes germinadas, de cus-cus ou da pápas húmidas pode ser prejudicial se não estiverem preparados correctamente ou se estiverem demasiado tempo ao alcance dos pássaros. É que as altas temperaturas e a humidade favorecem o aparecimento de fungos e bolores dos alimentos, não sendo estranho que os passarinhos de muitos aviários sofram de infecções como a candidíase. d) Higiene Deficiente. A época do nascimento dos jovens é um estágio de muito trabalho para o canaricultor, razão pela qual às vezes a higiene é um aspecto que se esquece mais um pouco. Isto favorece as infecções bacterianas intestinais que se traduzem nas diarreias dos passarinhos Noutras ocasiões, com a intenção de manter mais quente o aviário produz-se uma má ventilação das instalações com os consequentes problemas respiratórios (dificuldade respiratória, sinusites, etc.) nas aves.
Estas são algumas das causas da mortalidade entre os canários jovens. Lamentavelmente não são as únicas mas somente aquelas que mais facilmente podem ser evitadas. Nas situações da perda de vida generalizada é aconselhável requerer os serviços de um veterinário perito em aves.
Enrique Moreno Ortega - Veterinario especialista en Aves
Morfologia das Aves
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As fotografias apresentadas foram transformadas digitalmente
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