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Site do Canário Arlequim Português

O reconhecimento Nacional e Internacional

O reconhecimento nacional

O Arlequim Português foi apresentado pela primeira vez numa exposição regional, da Associação dos Avicultores de Portugal em Lisboa, em 1997.

Em 1998 o Clube do Canário Arlequim Português solicitou a aprovação da raça tendo o dossier técnico, completo e pormenorizado, do Arlequim Português sido apresentado ao Colégio Português de Juízes de Ornitofilia – CPJO, que apreciou também diversos exemplares de vários criadores entretanto apresentados extra concurso nesse ano.

No ano seguinte, em 28 de Junho de 1999, após estudo e aceso debate e apreciação de diversos exemplares de poupa e sem poupa, individuais e equipas, a Comissão Técnica de Porte do Colégio Português de Juízes aprovou por unanimidade analisar esta candidatura de homologação, apreciando a raça extra concurso no maior nº de exposições regionais possível, e obrigatoriamente nos campeonatos nacionais, durante um período experimental de 2 anos -1999 e 2000.

Nesta apreciação e julgamento extra concurso deveriam estar presentes, no mínimo, 2 equipas de aves (com poupa e sem poupa), 7 individuais com poupa e 7 individuais sem poupa.

As aves julgadas, obrigatoriamente por 2 juízes de porte, deveriam possuir no mínimo 87% das características exigidas e definidas no standard da raça constante do dossier técnico apresentado para que a raça fosse definitivamente aceite em Portugal.

Decorridos os 2 anos de apreciação, reuniu de novo a Assembleia Geral Ordinária da Comissão Técnica de Porte do CPJO, tendo sido apresentados e discutidos os resultados obtidos nos 2 anos de apreciação.

Nesta Assembleia, realizada no decurso do 56º Campeonato Nacional de Ornitologia de Peniche, em Dezembro de 2000, foi definitivamente aprovada e homologada em Portugal a raça Arlequim Português, classificada como raça de porte de plumagem lisa e de poupa.

Esta raça passou a ser incluída nas classes E63 a E64, individuais e por equipas, e tem vindo a ser apresentada oficial e regularmente em diversas exposições regionais e em todos os Campeonatos nacionais, com um elevado número de exemplares e classificações suficientes.



O reconhecimento mundial

Para que uma nova mutação ou raça seja reconhecida pela COM/OMJ, determinados requisitos têm de ser cumpridos. Estes requisitos são tidos como os mínimos de forma a garantir que as características genéticas estão definitivamente fixadas e para que o fenótipo da raça não sofra variações acentuadas e se mantenha dentro do standard definido para a raça.

A COM/OMJ define os seguintes requisitos para o reconhecimento de uma nova raça:

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O pedido deve ser feito por um país membro da COM que fornecerá um processo completo com a documentação relativa à nova raça, standards e fichas de julgamento.
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Deverão ser apresentados “fora de concurso” o mínimo de 1 equipa de 4 aves e 5 aves individuais, de um ou vários criadores, durante 3 anos consecutivos nos campeonatos mundiais COM.
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O julgamento destas aves será efectuado por um conjunto de 5 Juízes de diferentes países, com excepção de 1 juiz do país membro que apresenta a raça.
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Os Juízes avaliam as aves de acordo com o standard proposto e emitem um relatório escrito.
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As aves avaliadas deverão obter um mínimo de 87% das características necessárias de acordo com o standard (mínimo de 87 pontos).
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Se estas condições não forem cumpridas em qualquer dos anos do processo este deve recomeçar do início.

Os promotores da raça Arlequim Português manifestaram, logo desde a homologação nacional, o objectivo de apresentar esta raça às instâncias internacionais COM/OMJ, para análise e posterior homologação. Este objectivo é plenamente justificado.

Assim decidiu-se apresentar esta raça COM/OMJ, no ano seguinte à homologação nacional, em 2001, por ocasião do 49º Campeonato Mundial realizado em Santa Maria da Feira - Portugal. Nesta exposição as aves não atingiram os mínimos requeridos, em grande parte devido à inexperiência dos criadores e promotores, tendo o processo recomeçado do início.

No 51º Mundial de Amiens - França em 2003 foram de novo apresentados exemplares extra concurso para apreciação. No entanto apesar de terem sido apresentadas 5 individuais de poupa, 5 individuais sem poupa, 1 equipa de poupa e 1 equipa sem poupa só foram apreciadas algumas destas aves e estas não obtiveram o mínimo de 87% das características do Standard pelo que a raça foi de novo recusada, levando ao recomeço do processo desde o primeiro ano.

Em reunião efectuada em 5 de Julho de 2003, estando presentes diversos responsáveis do Clube do Canário Arlequim Português e da Comissão Técnica de Canários de Porte do Colégio Português de Juízes de Ornitofilia, foi decidido modificar o Standard do Canário Arlequim Português como forma de o tornar mais objectivo, mantendo as características básicas da raça de acordo com o estabelecido inicialmente pelos seus promotores e criadores, mas adaptando-o à evolução entretanto verificada.

Foi definido que a pontuação de algumas das rubricas deveria ser alterada, de forma a caracterizar melhor o sua importância relativa, tendo por base critérios técnicos e não esquecendo que se trata de uma raça de porte.

Assim foi decidido que rubricas como a Cor, a Cabeça/Poupa e a Cauda deveriam diminuir a sua importância relativa, enquanto que outras, como o Corpo (forma) e a Posição/Movimento deveriam ter uma maior pontuação, por serem rubricas mais distintivas e ligadas ao porte da ave.

Esta alteração do standard, tem em vista clarificar alguns aspectos das características de raça de porte, tornando-o mais objectivo e facilitando assim a correcta avaliação por parte dos juízes nacionais e internacionais.

No 52º Mundial de Lausanne – Suíça apresentámos de novo uma selecção de 9 Arlequim Português – 5 individuais e 1 equipa – que foram apreciados por Juízes OMJ de vários países. Desta vez, e atendendo à modificação recente do standard, foi necessário um grande trabalho de divulgação do novo standard, através da publicação de artigos em várias publicações da especialidade. Este trabalho contribuiu para um maior conhecimento da raça e para a eliminação de muitos dos preconceitos, a nível internacional, contra o Arlequim (um canário ainda erradamente visto como um “malhado” ou “panaché” por alguns) mas não foi suficiente para obter o reconhecimento.

Apesar de, mais uma vez, em Lausanne, terem ocorrido algumas irregularidades, temos de reconhecer que um processo deste tipo se faz ao longo de anos e as aves apresentadas ainda não apresentavam todas as necessárias características (e a uniformidade de conjunto) para aprovação internacional.

Felizmente este ano já se evoluiu bastante, em termos de Corpo, Tamanho e Cabeça/ Poupa, pelo que podemos apresentar um grupo de aves mais homogéneo e ainda mais próximo do Standard da raça, o que nos dá a todos mais incentivo, força e esperança para superarmos esta difícil avaliação internacional da COM/OMJ.

É com esta motivação que a raça Arlequim Português se apresentará de novo para apreciação extra concurso no 53º Campeonato Mundial de Bad Salzuflen na Alemanha, no qual esperamos obter melhores resultados.

Paulo Ferreira